prática e processos
passos + sintomas relativos

 

SINTOMA 10
Não suportar o silêncio
Incontinência de palavras e opiniões. Não saber se retirar do foco das atenções. Ocupar espaços desnecessários e arcar com o custo desse uso indevido. (i-Shtika - não silêncio)

PASSO 10
Temor - Reverência (Irat)

 

Reconhecer que os detalhes têm grande relevância é passo importante no combate aos vícios.
Significa desenvolver um senso de gravidade e de respeito, preservando mistério e evitando a banalização. Tal como uma mãe que precisa estar atenta ao que parece ser uma gripe corriqueira de seu filho, avaliando constantemente que pode tratar-se de algo bem mais grave como uma meningite e requerer ajuda médica ou hospitalar imediata.

Como estabelecer critérios para que tenhamos o temor necessário para levar a sério questões que parecem banais, mas cujo custo pode ser enorme?

Devemos utilizar sempre critérios que tratam a vida com a gravidade que ela merece.
Quando em meio a uma cirurgia cardíaca, o cirurgião sabe que cada segundo requer a atenção e o "temor" necessários, evitando qualquer distração ou desconcentração. Da mesma forma, aquele que busca a retidão tem que ter compromisso e seriedade. Saber que algo é crucial e relevante é o que caracteriza esse passo.

No materialismo governa sempre a supremacia do interesse pessoal, visando tanto privilégios quanto ser objeto do foco das atenções. Por isso, fica tão difícil calar ou conter uma opinião de um materialista porque parece que o universo inteiro aguarda sua manifestação, sua vocalização, revelando o que pensa ou julga. Independente do conteúdo, uma fala desnecessária ou imprópria será sempre uma violência e uma insensibilidade. Saber aquietar esse gatilho do ego é um trabalho que exige compreensão e seriedade acerca da potência tóxica resultante do ato de se colocar como centro da vida.

Conter-se e anular-se com sabedoria, é imprescindível para a retidão. Para isso precisamos de severidade e de um senso de temor em relação à gravidade e os custos de ocuparmos o centro das atenções.

Há momentos em que fazer-se invisível é a melhor maneira de se fazer presente; em que a quietude representa a forma mais eloquente; e que o coibir-se é a maior manifestação de nosso livre arbítrio.