prática e processos |
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Esse passo está relacionado a preservar o asseio e a sanidade internos. Quando agimos por interesses (prazeres e confortos), mobilizamos toda a nossa capacidade de malícia e dissimulação para produzir os efeitos que desejamos. Quanto menos objetivos em nossa esperteza, quanto mais fingimento e falsidade aplicamos para camuflar nossas verdadeiras intenções, mais sujos ficamos de impureza material. A limpeza é o processo de faxina sobre os materiais corrompidos e virais que circulam em nossa mente e sentimento. Identificarmos nossas elucubrações presentes nas falas maldosas e nas ações com segundas intenções é o tema desse passo. Muitas vezes essa limpeza não pode ser feita diretamente. Nossos níveis de malícia são tão sofisticados que racionalizamos sem fim até que encontramos uma maneira de acolher a malícia e não reconhecê-la como tal. Então, em vez de impedirmos o que é maldoso, devemos buscar outra estratégia. Diziam os sábios - te afasta da maldade fazendo o que é benigno. Em vez de enfrentar nossas falsidades e manhas, podemos nos esforçar para realizar ações e falas que manifestem estima ao outro e que evitem produzir materialidade aos nossos interesses. Conseguir isso já representa a dita faxina, sem que tenhamos que controlar diretamente os bolsões maldosos que resistem dentro de nós. Romper
com rancores, antipatias e rixas não acontece facilmente e não
se dá anulando o mal e o maldoso diretamente. É mais eficaz
recorrermos ao mecanismo de produzir benevolência para com o adversário,
ou sermos respeitosos com o outro e o valorizarmos. Conter nosso mau-olhado
ou nossa má-fala é mais difícil do que estimular
nosso bom-olhado e nossa boa-fala. São eles, mais do que a repressão
à malícia, que produzem faxina. |
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