prática e processos |
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A
arrogância e o exagero no autovalor emanam do sentimento contrário,
de menos valia. Esse passo representa a ideia de que as coisas não terminam e que o renascer é um atributo da vida tanto como o finalizar. Para os materialistas, o fim está associado ao término do acesso ao consumo. Ou seja, não comer, não respirar e não sentir significa a falência plena do individuo. Precisamos estabelecer vínculos com a vida para além do uso, pois, quando estamos a serviço de algo, a essência da ação não se localiza naquilo que finda, mas no encadeamento contínuo daquilo que prossegue. Se você não fizer esse esforço de serventia, a experiência de desperdício e falta de sentido será agonizante. Porque, como vimos, o consumo é um meio e não um fim. Se for um fim, ele termina, se for um meio, ele conecta e media. Toda frustração surge da posse e da incapacidade de posse. Uma alimenta a outra. Quando temos, nos sentimos dependentes do que temos; quando não temos, fazemos com que a busca por obter se transforme no objeto materializado do sentido. A
capacidade de ir contra essa tentação e ilusão oferece
a dádiva de ser positivo, de ter espera quando não há
mais sequer tempo para consumir. Citando Alice no País das Maravilhas: |
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