prática e processos
passos + sintomas relativos

 

SINTOMA 12
Sentir-se superior aos outros
Senso de superioridade, de que se é especial. Não reconhecer os próprios erros e julgar os erros dos outros constante e impiedosamente. Buscar privilégios com a intenção principal de não se sentir ordinário, comum. Arrogância (Gaava)

PASSO 12
Espera - esperança, renascimento (techiat)

 

A arrogância e o exagero no autovalor emanam do sentimento contrário, de menos valia.
Está associado a pessoas que perdem a esperança na vida, atribuindo-lhe um caráter aleatório e irrelevante. Trata-se da vida percebida como se não fizéssemos parte dela e só nos restasse a opção por explorá-la, aproveitá-la, enquanto se pode.

Esse passo representa a ideia de que as coisas não terminam e que o renascer é um atributo da vida tanto como o finalizar. Para os materialistas, o fim está associado ao término do acesso ao consumo. Ou seja, não comer, não respirar e não sentir significa a falência plena do individuo.

Precisamos estabelecer vínculos com a vida para além do uso, pois, quando estamos a serviço de algo, a essência da ação não se localiza naquilo que finda, mas no encadeamento contínuo daquilo que prossegue.

Se você não fizer esse esforço de serventia, a experiência de desperdício e falta de sentido será agonizante. Porque, como vimos, o consumo é um meio e não um fim. Se for um fim, ele termina, se for um meio, ele conecta e media. Toda frustração surge da posse e da incapacidade de posse. Uma alimenta a outra. Quando temos, nos sentimos dependentes do que temos; quando não temos, fazemos com que a busca por obter se transforme no objeto materializado do sentido.

A capacidade de ir contra essa tentação e ilusão oferece a dádiva de ser positivo, de ter espera quando não há mais sequer tempo para consumir. Citando Alice no País das Maravilhas:
"Tudo sempre acaba bem e se não está bem é porque não terminou". Essa esperança-certeza só é oferecida a quem serve; e negada a quem usa. Negada, não como castigo ou interdição, mas negada pela cegueira que não deixa ver. Esperar é um ato de visão, daí cegos que veem o que os desesperados não enxergam. A visão do cego é possível na transparência com a vida, a cegueira do desesperado se dá pela opacidade que o materialismo produz.