prática e processos |
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A impaciência revela que estamos demasiadamente imersos em nosso interesse próprio e que estamos carentes de alegria. A impaciência é o clímax do direito. Quando penso que tenho direito a passar na frente, a não ser importunado, a obter o que desejo fico inquieto e sôfrego. O Afeto é a essência desse passo que se contrapõe a esse sentimento já que não mede trocas e não se alimenta do beneficio ou da vantagem, mas do ato amoroso de doação. Trata-se
da descoberta de que há utilidade em nossas vidas tanto no vínculo
como na estima. Nessa descoberta são transgredidos os direitos
porque não se quer mais o que lhe corresponde, quer-se fazer além,
quer-se abrir mão de meus direitos e transformá-los em O
afeto correto não quer fazer do amor a mais uma mercadoria, mais
uma conveniência em nossas vidas. O verdadeiro afeto faz pela vida,
ama não a si, mas a vida e quer lhe trazer um bom nome. Seu prazer
está em chamar a atenção para a metade cheia do copo
da vida. O grande sentido da lei está em nos educar sobre os direitos dos outros e sobre a incrível liberdade que descobrimos quando não precisamos exigir pela lei os nossos direitos dos outros. O afeto está diametralmente oposto ao litígio e as cortes estão repletas das versões em que cada um tenta materializar seu "direito". Mas por trás de cada uma dessas versões há uma impaciência, um ego transtornado pela irrelevância do que ele julgava um direito. Quando
no trânsito ou em qualquer interação você descobre
a sua impaciência, fica desmascarado o inimigo - é você
mesmo. Aquele que lhe causa repulsa e revolta não é outro
senão você mesmo. Sem conseguir harmonizar isso, achando
que o outro é a fonte de sua |
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